segunda-feira, 8 de setembro de 2014

As lições do filho pródigo



Sentado triste a olhar
Os porcos que se alimentavam
Sentiu a tristeza no coração.
Sentia fome também
E desejou alimentar-se com a comida dos porcos.
E chorou dentro de si.
Sentiu saudades de casa
Da bonança que sempre tivera
E sabia que até os jornaleiros de seu pai
Alimentava-se melhor que ele agora.
Sentiu vergonha de ter saído de casa
Arrependia-se de tudo que fizera
E as lágrimas corriam de seus olhos.
Os porcos continuavam a comer
Brigavam entre si
E enlameavam-se.

Que situação humilhante
Alimentar-se da comida dos porcos
Enquanto na casa do pai havia conforto.
Mas, ele sabia que havia perdido tudo
A herança que pedira ao pai
Ele havia torrado nas bebedeiras e nas noitadas sem fim
E, enquanto tinha dinheiro tivera amigos
E os mesmos evaporaram assim que o dinheiro acabou.
Lembrava da forma tristonha em que o pai havia ficado
Na noite em que partiu
Sem ter pena do olhar amoroso e triste do pai.
O que fizera de sua vida?

Lembrou-se de seu pai e do quanto o amava
Queria voltar para casa
Mas, sabia que não merecia amor depois de tudo que fizera.
Vou pedir perdão ao meu pai
E pedir-lhe que me faça como um de seus jornaleiros
Ainda será melhor do que essa comida de porcos.
Levantou-se.
Uma atitude que ainda precisava ter em sua vida.
Caminhou com passos trêmulos rumo à casa do pai.
Sabia que tinha perdido tudo
Mas, queria o perdão.

O pai ao vê-lo moveu-se de íntima compaixão.
Deu-lhe um abraço carinhoso e chorou em seus ombros.
Não sou digno de ser chamado seu filho
Pois pequei contra os céus e perante ti
Faça-me como um de seus jornaleiros.
Não diga isso, meu filho,
Eis que lhe visto com o melhor vestido,
Coloco-lhe o anel no dedo
E sandálias nos pés.

O vestido simboliza a remissão dos pecados
Que Deus lança no mar do esquecimento.
Enquanto os homens olham para o nosso passado,
Deus vê o nosso futuro.
Quando o primeiro homem pecou e sentiu-se nu diante de Deus
Envergonhado,
O Senhor o cobriu com peles de animais.
Remissão de pecados
E libertação da vergonha que este causa ao ser humano.
O anel no dedo simboliza autoridade.
O filho perdoado recebe a autoridade do pai
E todos reconhecerão que ele é o filho honrado.
As sandálias representam a dignidade de filhos.
Nessa época apenas os escravos andavam descalços.
Eis as lições do filho pródigo.

Quantos filhos estão distantes da casa do pai.
Receberam sua herança e as perderam nas noitadas da vida
Em bebedeiras, jogatinas e prostituição
E hoje estão se alimentando das bolotas que os porcos comem.
Mas, sente no coração a tristeza dessa vida
E saudade do tempo em que tinham a comunhão na casa do pai.
Tome uma atitude.
Levante-se do lugar onde está e volte-se ao seu Criador.
Ele te espera para restituir a alegria que tinha
Quando cantava de alegria e tinha uma vida digna de filho.
Volte e terá vestidos novos para cobrir tua nudez
Anel de autoridade no dedo
E sandálias nos pés mostrando que não és escravo e sim filho.
Basta que tenha atitude.

Poema: Odair

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